Pinto Monteiro diz que almoço com Sócrates foi "coincidência". E fala em escutas

O ex-procurador geral da República almoçou com José Sócrates dias antes da detenção. "Uma coincidência complicada", classificou Pinto Monteiro, garantindo que nunca lhe "foi perguntado nada".
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"Eu nunca tinha almoçado com o engenheiro Sócrates a sós", assumiu hoje Pinto Monteiro. Em entrevista à RTP, o ex-procurador geral da República confirmou a notícia do jornal Sol dando conta que Pinto Monteiro e o antigo primeiro-ministro tinham almoçado num hotel dias antes da detenção deste último. Mas fez questão de frisar que não se tratou de mais do que "uma coincidência".

"Uma coincidência complicada, depois desta detenção", admitiu o ex-PGR.

Durante o encontro "nunca me foi perguntado nada" sobre a investigação que levou à detenção de Sócrates, garantiu Pinto Monteiro. "Pode o eng. Sócrates estar culpado de muita coisa, mas esse almoço é completamente inocente. Ele não perguntou nada, nem eu sabia nada. Soube [da detenção] à noite pelas televisões", sublinhou já no fim da entrevista.

Antes, o antigo procurador geral da República garantira que, de qualquer forma, "não sabia desta investigação". Isto porque "foi aberta depois de eu ter saído" da PGR.

Quanto à notícia do Sol, Pinto Monteiro desmentiu todos os pormenores aí relatados - "A notícia só é verdadeira quanto a que houve um almoço" - e afirmou desconfiar que "há escutas" que levam a que surjam estas informações.

"O que me surpreende não é porem o telefone sob escuta. Escutas para serem fornecidas a um jornal é que eu não percebo", disse ainda.

Relativamente a outras investigações a José Sócrates, especialmente o caso Freeport, investigado durante o período em que foi o líder da PGR - entre 2006 e 2012 - Pinto Monteiro fez questão de dizer que "o processo do Freeport é uma fraude. É um processe inventado. Fez-se tudo o que era possível e nunca foi encontrado nada".

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